sábado, 26 de novembro de 2016

Resenha - O orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares

Autor: Ransom Riggs
Editora Leya, 2015
O Orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares foi um livro que despertou meu interesse de imediato por conter uma capa fúnebre que faz menção a uma história de terror cabeluda. Sim, eu compro livros pela capa e não, o livro está longe de ser um terror daqueles escritos por  Stephen KingMas, além da capa, o que também me chamou bastante atenção foram as imagens contidas no livro. São gravuras assustadoras e estranhas que não estão ali por acaso, pelo contrário, foi a partir dessa coletânea de figuras anônimas que Ransom Riggs, autor do livro, compôs sua narrativa. Acontece que Ransom, desde pequeno colecionava fotos bem características e tentava imaginar as histórias por trás das imagens.  É certo que as figuras ajudaram bastante na composição do livro, mas o enredo cheio de aventura, mistério e fantasia também garantiu o sucesso do livro entre o público jovem adulto.
O livro nos trás a história de Jacob Portman, um jovem entre 15 e 16 anos de idade que sofre todos os dramas existenciais de adolescentes nessa faixa etária.  Com um pai frustrado por ser um escritor fracassado e uma mãe soberba e fútil, Jacob encontra em seu avô, Abraham Portman todo carinho e atenção que necessita.  Vovô Portman costumava contar a seu neto histórias sobre épocas remotas lá do País de Gales onde morou por um tempo. Ele era um judeu refugiado da 2º guerra mundial e viveu em um orfanato que, segundo Sr Portman, fora projetado para manter as crianças a salvo de monstros! Lá o Sol brilhava sempre e nunca ninguém morria ou adoecia. Era um lugar maravilhoso que acolhia crianças especiais, ou seja,  com peculiaridades que as faziam diferente das demais. Além das histórias, vovô Portman também mostrava a seu neto fotos do orfanato e de seus amigos peculiares que, diga-se de passagem, eram difíceis de serem dadas como verdadeiras. Assim, todos diziam que os relatos do pobre velho eram falsos; inclusive Jacob depois de crescido deixara de acreditar nas histórias de seu avô. Mesmo porque, há alguns dias vovô Abraham começara a agir de uma maneira bem estranha.
Infelizmente o avô de Jacob morrera de uma maneira muito triste e trágica e, como ultimo pedido, ele pede para o neto encontrar o orfanato o qual crescera a fim de avisar aos moradores do grande perigo que estava por vir.
A partir daí a história começa a se desenrolar e nos surpreender com momentos de grandes reviravoltas que, a meu ver, fazem uma analogia com os indivíduos que são perseguidos, de alguma forma, pelo grupo social que estão inseridos. Sendo assim, não se pode negar que a narrativa do autor, embora tenha sido cansativa para mim, é boa e lúdica. Não é atoa que o diretor Tim Burton transformou a história do livro em filme. Mas, não se enganem, livro e filme divergem em muitos aspectos. Dessa forma, recomendo que assistam ao filme e leiam o livro também.  
Beijos e até a próxima.

domingo, 20 de novembro de 2016

Resenha - A Rainha Vermelha

A desigualdade social potencializa conflitos entre povos! Tendo como ponto de partida essa simples frase, hoje, falaremos sobre o livro - A Rainha Vermelha.

Já ouvimos falar de muita história, verídicas, sobre casos caóticos que foram ocasionados por haver diferenças sociais no mundo. Seja por cor da pele, nível social, intelectual entre outros, as diferenças sociais contribuem para que haja um domino no sistema social na qual, parte da classe produz e a outra domina.
Na história de hoje, vamos conhecer um mundo dividido pela cor de sangue nos quais, os vermelhos sãos de origem humilde e muito pobres e os prateados são a nobreza, que, além de serem ricos, obtém poderes inimagináveis. Mare é de sangue vermelho e vive em um vilarejo miserável juntamente com sua família e, para sobreviver ela comete alguns furtos pelo vilarejo onde vive. No vilarejo de Palafitas, habitam a prole, os que vivem somente para servir a elite prateada e a um governo totalitário que exerce um poder tirano sobre o grupo social.
Mare, nossa protagonista, é uma garota forte e decidida que abomina as divisões de classes e não aceita ser tratada como diferente. Os vermelhos são os responsáveis por manter girando a roda social e inescrupulosa do mundo de Mare, São eles que vão às guerras, trabalham como escravos e vivem em um estado lastimável. Porém, por peripécia do destino, Mare se vê obrigada a trabalhar no palácio, servindo ao rei e a elite autocrata que tanto a enoja. Contudo, como nada acontece por acaso, Mare descobre que também possui poderes. Mas, uma vermelha que tem poderes pode ser uma grande ameaça! Pode haver revoluções e isso não é bom. Os prateados deverão tomar alguma atitude quanto a Mare e assim o farão.

Como dito no começo da postagem, a desigualdade social potencializa conflitos entre povos e nessa história não vai ser diferente. Aqui, vamos encontrar disputas pelo poder, politica de pão e circo, violência e muita morte e, até um triangulo amoroso que se torna secundário tamanho são os problemas sociais que encontramos na trama, porem, vale ressaltar que, mesmo a história sendo envolvente e com um final surpreendente, ao ler, a sensação que me deu foi a de ter encontrado pequenos recortes de outras histórias, por exemplo, X- Man; Jogos Vorazes; A Seleção entre outros. São muito nítidas as referências dessas obras na composição de A Rainha Vermelha, mas, se você é fã das histórias citadas acima não vai se incomodar com as pequenas alusões. Eu li e não me incomodei, achei a história bem construída e me deu até vontade de ler os próximos. 
E você, já leu? O que achou? Participe deixando suas experiências com a obra aqui nos comentários.
Beijos e até a próxima.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

O Limpador de Placas

Era um dia comum de estágio no ensino fundamental I, precisamente no 3º ano de uma Escola Estadual localizada em um bairro na zona leste do estado de São Paulo; Bem, pelo menos eu imaginava ser um dia comum, na qual eu seguiria uma rotina de observações que me levariam a profundas reflexões sobre as práticas escolares. Mas, de relance vejo um menino alvoroçado e chateado em um pequeno canto na sala de aula. 
Sem delongas lhe pergunto o que havia acontecido para tê-lo deixado daquele jeito. Ele me disse que não gostava de ir à escola e que estava lá por obrigação, pois seus pais estavam o castigando por ele ser um menino mal. É que, uma semana antes da minha chegada o menino em questão havia tentado fugir da escola e, pasmem, até conseguiu quebrar os portões da instituição. Meio inexperiente, tentei dizer palavras que pudessem fazer sentido à sua estadia na escola, porém a resposta do garoto foi essa: “a única coisa importante nesse mundo é saber a direção dos lugares”. Eu não entendi muito bem, mas logo o garoto me confessou que gostaria de viajar e conhecer o mundo todo e não queria ficar preso em uma sala de aula chata aprendendo coisas que não ia precisar. Em suas explicações para tentar se livrar da escola e de mim, o menino disse algo que me deixou pensativa: “ Eu posso aprender tudo o que preciso na rua”.
Nesse momento, me bateu uma ideia, e ela pulsou como as epifanias que Clarice Lispector dizia ter quando criava suas obras. Dentro da minha bolsa havia um livro que poderia me auxiliar a fazer um trabalho dirigido e que tivesse significado real para aquele garoto. Quer saber qual o livro? Simples O Limpador de Placas.
O Livro trás a história de um senhor humilde que trabalhava limpando placas. Ele era feliz em sua profissão e fazia seu trabalho com muito esmero, porém, um dia, ouviu uma conversa entre mãe e filho e, desde então não foi mais o mesmo. Acontece que aquele homem descobriu que não conhecia nada sobre as placas da cidade que ele limpava há anos. Por que tinham aqueles nomes? Nomes esses que lhes soavam familiar como, por exemplo, a Rua Guimarães Rosa. Assim, decidiu anotar os nomes a fim de fazer uma pesquisa sobre eles. Então descobriu milhões de histórias e novidades. As placas levavam nomes de escritores, poetas e músicos renomados e, para o Limpador de Placas foi uma maravilha aprender sobre cada uma delas. Seu trabalho foi além e aquele homem sentiu-se realizado; até foi convidado para um programa de televisão, e no final......bem ai vocês vão ter que descobrir. Só posso adiantar que é um final surpreendente e que nos deixa uma bela lição.
E foi com essa linda história que comecei a realizar um trabalho didático a partir da realidade daquele menino. Claro que fui supervisionada pela professora titular da sala que, diga-se de passagem, é maravilhosa e me ajudou bastante. Eu queria que, assim, como o Limpador de Placas foi muito além de suas expectativas, aquela criança, que se dizia má, também enxergasse além. De certa forma o menino não estava errado o conhecimento salta para além da sala de aula. E, para tanto precisamos fazer com que o ensino e aprendizado faça sentido real às crianças. 
Assim, montamos um projeto sobre literatura que superou minhas expectativas. A escola toda se mobilizou. E o menino que queria viajar pelo mundo todo, aprendeu que é importante ir à escola, pois lá, ele aprenderia a ler e ler é fundamental para compreender o que diz as placas que mostram a direção da jornada que seguiria quando adulto. Literalmente.
E vocês? Têm histórias pedagógicas para compartilhar? deixe nos comentários. 
Beijos até a próxima 

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Doctor Who - 12 Doutores - 12 Histórias

Quem me conhece, sabe que sou super fã de Doctor Who. E como não gostar de uma série que está no ar há mais de 50 anos? Já dá para notar que é excelente, não é mesmo? Sendo assim, não poderia deixar de falar sobre essa série  aqui, no Notas e Saber.
Bem, para começar, vamos situa-los na trama. 
Doctor Who é uma série de ficção científica britânica transmitida pela BBC desde 1963 que vai contar sobre as aventuras de um alienígena que tem a aparência de um humano, mas, pertence ao grupo dos Senhores do Tempo. Ele vivia em um planeta chamado Gallifrey que foi destruído matando todos os iguais de sua espécie. Desse modo, o Doutor é o ultimo Senhor do Tempo. Seu nome jamais foi revelado, assim, a pergunta que fazemos constantemente é: Doutor quem? Ou em inglês Doctor Who? Esse é um grande mistério que se encontra na série.
Desde sua estreia, mais de doze atores deram vida ao personagem do Doutor, isso porque nosso querido alienígena pode se regenerar, mudando sua aparência física e sua personalidade, mas, conserva, consigo suas histórias e lembranças. A série foi dividida em dois períodos: a era clássica que vai de 1963 a 1989 e a era atual que começou em 2005. Como a maioria, comecei a assistir  pela era atual e, não se preocupem, dá para entender toda a história sem o menor problema.
O Doutor tem uma nave espacial, precisamente uma maquina do tempo chamada TARDIS (Tempo e Dimensões Relativas no Espaço) que é maior por dentro do que por fora e cuja aparência é de uma cabine telefônica de policia da antiga Inglaterra. Nela, o Doutor vive grandes aventuras, sempre acompanhado,em sua maioria, por um ser humano, que viaja com ele por todo tempo e espaço salvando planetas de ataques inimigos.
E agora que vocês já sabem um pouquinho sobre o fenômeno Doctor Who, vou contar para vocês minha experiência ao ler o livro Doctor Who – 12 Doutores – 12 Histórias.
O livro é divido em 12 histórias, cada uma escrita por 12 autores diferentes, que vai narrar às aventuras de todas as regenerações do Doutor. O mais legal no livro é que os autores tomaram um cuidado especial nas particularidades e trejeitos de cada Doutor, assim, conseguiram captar a essência de cada um deles de uma maneira muito especial.
As histórias foram muito bem construídas e são inéditas, ou seja, não há episódios sobre esses contos. Em fim, esta edição está maravilhosa, a capa é linda, as folhas são amareladas, o espaçamento é ótimo e as 470 páginas do livro estão recheadas de histórias maravilhosos que nos envolve por completo. 
Posso dizer que eu amei as doze histórias e as li com imenso carinho. Se você ainda não leu ou assistiu ao Doctor Who, não perca tempo. É uma série que vai te surpreender.
E se vocês quiserem que eu faça um pequeno resumo sobre cada conto, deixe aqui nos comentários que farei com maior prazer.
Beijos e até a próxima