terça-feira, 30 de maio de 2017

Admirável Mundo Novo - Resenha

Era uma vez um mundo completamente diferente deste em que estamos habituados. Nesse novo mundo as pessoas estão sempre felizes e despreocupadas, não sentem raiva e por isso não há conflitos, gostam do trabalho que têm e nunca reclamam de nada. Ah e o melhor: o governo trabalha de maneira tal que sua maior prioridade é fazer com que sejamos eternamente felizes.
Mas, para compor esse novo mundo, certas mudanças são necessárias, por exemplo: os valores morais e sociais que antes conhecíamos são completamente distorcidos nesse futuro distópico.  

E qual seria o problema em viver em um mundo completamente feliz? O problema é que você não tem outra opção e é obrigado a sentir-se feliz o tempo todo.
Para começar, o governo domina as pessoas desde antes de seu nascimento. Afinal de contas, aqui, os indivíduos não tem família, eles nascem em laboratórios. São fabricados em usinas e divididos em castas de acordo com as necessidades da sociedade: assim temos os Alfas que desde embriões são fabricados para serem os mais bonitos, inteligentes, fortes e líderes e, à medida que as castas vão minguando para Betas, Deltas, Gamas, sua inteligência e beleza também vão reduzindo, até chegar aos inferiores Ípsilons; estes fabricados para serem dementes e retardados mentais. É que em sua formação os Ípsilons são os que menos recebem oxigênio, nada como a escassez de oxigênio para manter um embrião abaixo do normal, pois eles não precisam de inteligência humana para os trabalhos que são designados, ou seja, os mais cansativos e perigosos. Mas, não se preocupem, não há disputa por poder e nenhum almeja a vida do outro, todos são condicionados a serem felizes e gostar de sua própria casta.

Pois é o governo, para obter a estabilidade social, além de fabricar os indivíduos também os condicionam a seguir certos padrões. Então, desde bebês as pessoas são disciplinadas, de forma inconsciente, a adquirir valores que se encaixe com esse novo mundo. Por exemplo: Uma única crença, Ford, sim aquele dos automóveis, ele era o único Deus adorado além disso, levavam uma vida extremamente consumista!  ora, para que concertar algo se poderá comprar um novo? Também não existiam vínculos amorosos e familiares, ninguém é de ninguém e todo mundo é de todo mundo afinal de contas, em uma sociedade que presa à estabilidade e controle, se faz necessário extinguir valores e costumes que possam gerar desconfortos para tal.
Agora sim sabemos o motivo de o governo querer uma sociedade feliz o tempo todo, que cultue o bem-estar sempre. Pessoas felizes, despreocupadas e que aceitam suas próprias condições sem reclamar e pensar em qualquer desgraça são mais fáceis de serem controladas!
Ah, e o Estado ainda conta com um auxilio “mega blaster” potente! É o SOMA, uma droga distribuída pelo governo que tem a capacidade de transmitir uma sensação de bem-estar e felicidade.
E esta é a sociedade “perfeita” que Aldous Huxley criou para compor a história de seu livro Admirável Mundo Novo no qual apenas um individuo, nascido em uma reserva indígena vai se revoltar com o formato de viver, agir e pensar dessa nova sociedade. E você, estaria satisfeito com o mundo fictício criado por Huxley?