Hoje me peguei pensando, com muito saudosismo,
nas minhas aulas de literatura do ensino médio, já faz um tempinho, mas lembro-me
saudosamente do meu último dia no 3º ano do ensino médio. Nas aulas, em cada
bimestre, tínhamos que ler um livro de literatura que, provavelmente seria cobrado
nas provas do vestibular e, por conseguinte, li grandes clássicos literários que me fizeram
tomar gosto pela leitura. Clássicos como: Dom Casmurro, Memórias
Póstumas, Memórias de um Sargento de Milícias, O Ateneu entre outros. Porém, no
último bimestre, a professora fez algo diferente; ela deixou que a turma escolhesse
a leitura como presente de despedida de suas aulas. Então, nos dividiu em
pequenos grupos para que escolhêssemos, livremente, os livros que iriamos
apresentar, em forma de teatro, no último dia de aula. Meu grupo escolheu O Pequeno Príncipe de Antoine de
Saint-Exupéry. Confesso que no começo eu não gostei muito da ideia, achava que
era um livro infantil meio boboca, porem não disse nada, pois todo o grupo havia
votado a favor do livro e eu não queria ser à “do contra”. Dessa forma, li o livro e, para
minha surpresa, adorei. Gostei da escrita e de todo simbolismo contido nas
páginas. Se você ainda não teve a experiência de ler essa incrível fábula,
faça-o de imediato. Não é um conto para crianças como eu imaginava, na verdade
é uma linda história de amor entre um homem e sua rosa.
Bem, resumindo, a história retrata as
lembranças de um piloto de avião que, sobrevoando o deserto do Saara, teve uma
pane nos motores de seu dirigível e caiu. Ele não morreu, mas ficou sozinho e com pouca
água em meio ao sol escaldante do deserto; De repente o piloto se deparou com
uma criatura bem inusitada; um menino, de cabelos dourados, com um cachecol amarrado
a seu pescoço que lhe pedia insistentemente, o desenho de um carneiro. Quem
era esse menino? Claro, era o Pequeno Príncipe, protagonista dessa história.
Acontece que o Pequeno Príncipe não morava na
Terra, ele era de outro plante. Um dia, não se sabe de onde, uma pequena
semente pousou em seu planeta e começou a brotar... Era uma rosa, linda,
soberba, altiva, sagaz e delicada; o principezinho cuidou dela com carinho,
regou, protegeu do vento e da chuva, e satisfez todos os seus desejos, mas, ao
perceber o poder que aquela flor exercia sobre ele, não compreendendo muito bem
seus sentimentos, resolveu fugir para bem longe dela.
Na fuga, conheceu muitos planetas, encontrou
com pessoas diferentes e ouviu diversas histórias; em fim, chegou à Terra e
aqui, além de conhecer personagens marcantes, ele finalmente pode compreender seus
sentimentos para com sua amada rosa.
Tomando notas sobre a vida do autor,
percebemos certas semelhanças entre a história citada acima, com sua própria biografia.
Na verdade Antoine era piloto de avião e, como na história, também sofreu um
acidente aéreo em pleno deserto, teve muitas alucinações por conta da desidratação,
mas sobreviveu. Além desse fato, ainda podemos notar mais detalhes autobiográficos
do autor no decorrer do livro; Acontece que Saint-Exupéry foi casado
com uma moça, nascida em El Salvador, considerada por muitos exótica e fogosa. Chamava-se Consuelo Suncin de Sandoval e, segundo alguns historiadores, ela era a pequena rosa que desordenava os sentimentos do Pequeno Príncipe aponto de faze-lo fugir.
O casamento de Antoine e Consuelo não
era lá essas coisas; passava longe de ser um daqueles contos de fadas lindos
que nos emocionam. Eles brigavam muito e seu relacionamento era bem conturbado.
E foi nesse cenário de idas e vindas conjugal, tentando compreender seus
sentimentos para com sua esposa, que Saint-Exupéry criou essa história de amor que passaria por gerações .
Antoine de Saint-Exupéry, a partir de
uma narrativa suave e envolvente, prende nossa atenção aos detalhes que descreve e, a partir de suas ilustrações lindas em aquarela, sentimos essa história ainda mais doce e
singela. Não é atoa que O Pequeno Príncipe é o terceiro livro mais vendido no
mundo.
Bom, é isso. Espero que tenham gostado.
Beijos e até a próxima.
Beijos e até a próxima.
Bibliografia:
http://www.zeperri.org/saint-exupery/as-mulheres/
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